domingo, 30 de dezembro de 2012

Caí em meu patético período de desligamento. Muitas vezes, diante de seres humanos bons e maus igualmente, meus sentidos simplesmente se desligam, se cansam, eu desisto. Sou educado. Balanço a cabeça. Finjo entender, porque não quero magoar ninguém. Este é o único ponto fraco que tem me levado à maioria das encrencas. Tentando ser bom com os outros, muitas vezes tenho a alma reduzida a uma espécie de pasta espiritual. Deixa pra lá. Meu cérebro se tranca. Eu escuto. Eu respondo. E eles são broncos demais para perceber que não estou mais ali.
Charles Bukowski

segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

Eu gostava de te ouvir e aos pássaros na aurora, quando após o amor, nas nossas horas, corríamos pra dormir antes do sol acordar.

segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

sexta-feira, 9 de novembro de 2012

lembranças de um dos vários adeus

Eu penso mais na vida que fica, quando cada um desses que me rodeiam vão embora.
Ainda me pego pensando nele, um de meus pacientes,
um homem grande, entrando na terceira idade, angustiado pelas sequelas  de uma doença pulmonar,
que nas poucas vezes em que coversamos
-conversa entrecortada de quem não tem fôlego-
me dizia que em sua casa
-morava só-
gostava de cuidar das plantas e do cachorro
perguntei-lhe quem estava fazendo isso enquanto ele ainda estava ausente
-conosco na UTI-
e ele pesaroso disse que todos estavam sob cuidado dos vizinhos...
Duas semanas depois, ele faleceu,
-repousou de suas dores e angústias-
e eu ainda me pego pensando
em quem estará regando as plantas e acarinhando o cão.

quarta-feira, 3 de outubro de 2012

domingo, 16 de setembro de 2012

domingo, 2 de setembro de 2012

E ninguém disse que, ao brincar de lembrar,
as coisas poderiam ficar difíceis de esquecer.

quarta-feira, 22 de agosto de 2012

segunda-feira, 20 de agosto de 2012

Janelas

Mas, não me leve a mal
quando digo que te quero aqui é algo tão natural
uma coisa assim, quase banal,
como deixar a janela aberta
pro amanhecer pular...
pra dentro do quarto
pra dentro da vida
aquecendo o peito e cauterizando a ferida
daquela noite que nunca quis durar.

terça-feira, 24 de julho de 2012

a partir...

Eu misturaria
o meu olho no teu
e assim coloriria
o mundo, pra não existir adeus
e em cada canto haveria
um rastro do olho teu
e por ele eu seguiria
até encontrar de volta o meu

Eu reconstruiria
dez mundos pra serem teus
mil noites e mil dias
pra nunca existir adeus
pois já não bastaria
um mundo apenas meu
este eu não quereria
faltando pedaço teu.


sábado, 21 de julho de 2012

ainda não.

Eu não olhei o todo, não quis me afastar, pegar ar...
Tudo já estava aqui, aquela história triste que girava na minha cabeça, com seu começo, meio e fim contidos nos  vinte segundos  da contemplação que eu não quis fazer.
Eu não queria olhar o todo, apenas me dispus a reconhecer a possibilidade da beleza daquele momento, sem enxergar as imagens da minha cabeça.
Uma boba. Por não acreditar em mim mesma e por ter me entregado a um desejo; àquele desejo que está sempre encoberto, embaixo das couraças que sempre me mantiveram de pé... meu mais profundo e doce desejo, continuaremos sendo apenas, eu e você.

terça-feira, 1 de maio de 2012

tempo.

Olho aqui pra dentro e sim,
ele ainda está lá,
aquele amor que te jurei eterno ainda não feneceu
mas, já não somos mais os mesmos,
você, meu amor, e eu.

domingo, 15 de abril de 2012

é o que tem pra hoje

Hoje eu só precisava de alguém sem medo, receio...
que me abraçasse apesar das minhas negativas
que deitasse ao meu lado apesar do meu falso distanciamento
que acariciasse meus cabelos e me emprestasse seu ombro.
Sem precisar falar nada,
sem repetir que vai passar,
apenas me deixando dar vazão
a esse rio que transborda
e carrega junto todas as minhas desilusões.

sexta-feira, 30 de março de 2012

C.M. "B"

eu nao conheço
a musica que tu assobias
mas eu queria...
queria saber ser eu
o motivo da alegria
que te traz da musica a melodia
ah, sim, eu queria.

domingo, 29 de janeiro de 2012

longes.

Eu vejo tuas fotos e te acho tão bonito
eternizado num suporte inacessível
fixo, imóvel e eternamente belo
naquele instante em que minhas mãos e olhos
não podem te alcançar...

sábado, 7 de janeiro de 2012

2012

e de dentro dessa inconstância
não emendo as palavras
não reconheço as ideias
nem relaciono os sentidos;
a serenidade embota minha língua
e caçoa de tudo aquilo que eu conhecia como meu;
retira meus pés do porto seguro das paixões,
matéria combustível de minha linguagem,
leva junto com ela minhas letras, colocando em seu lugar a frieza das análises e dos pensamentos sob a luz do sol.
Era feita de sombras, desejos, segredos...
na serenidade me desconheço e me redescubro.