domingo, 29 de novembro de 2009

Eu me perdôo.

Por todas as coisas não ditas,
por todos os desejos não declarados,
por todos os cigarros jamais fumados,
por todos os sonhos acordados,
por todos os sinais fechados,
por todos os abraços esperados,
por todos os gestos abandonados,
por todos os jogos encenados,
por todos os segredos guardados,
por todos os caminhos alterados,
por todos os sentidos resgatados,
por todos os calendários rabiscados, por tudo o que eu sou e por tudo que tu és.
Por todo o mundo e por nada agora, tanto dentro, quanto fora.

sábado, 21 de novembro de 2009

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Novembro

Às 00:11, tomando chá de jasmim eu aqui, insone, pensando nas coisas que devo abandonar: uma linha telefônica, uma girafa de pelúcia, uma blusa.. pequenas coisas que a gente nem se toca que traz consigo as mensagens daqueles tempos dos quais você quer se afastar.
Enquanto minhoca me encara-cochilando em cima do computador, lembro da última ligação do menino, ou do que sobrou dele, e tento controlar a vontade de dar-lhe colo, endireitar-lhe a camisa e a vida, apenas por ouvir na sua voz um traço de tristeza...
Um dia apenas, pro seu aniversário...

Novembro chegou com o cheiro bom que o vento traz quando balança os ramos dos arbustos à noite, com chuvinhas que refrescam o sono, muito trabalho, muitas notícias de mim mesma e muita esperança nas decisões que estão sendo tomadas.
Novembro me faz respirar profundamente, ouvir mantra baixinho durante a manhã pra não perder o restinho do juízo e ter vontade de cantar todos os laiás-laiás do mundo.
Novembro me levou a pele da mão direita, me mostrou as duas faces de uma cachoeira e me trouxe mais uma vez a primavera pra dentro do peito.
Novembro me trouxe a certeza da felicidade nas coisas simples e no autoconhecimento.
Novembro também me deu isso:

"Aprendi com a primavera a deixar-me cortar e voltar sempre inteira "
Cecília Meireles

sábado, 14 de novembro de 2009

Não me sai da cabeça...


Muito
Caetano Velozo

Eu sempre quis muito
Mesmo que parecesse ser modesto
Juro que eu não presto
Eu sou muito louco, muito
Mas na sua presença
O meu desejo
Parece pequeno
Muito é muito pouco, muito
Broto você é muito, muito
Broto você é muito, muito
Eu nunca quis pouco
Falo de quantidade e intensidade
Bomba de hidrogênio
Luxo para todos, todos
Mas eu nunca pensei
Que houvesse tanto
Coração brilhando
No peito do mundo louco
Gata você é muito
Broto você é massa, massa

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Querendo leveza.

Cansada, queimada e outras adas..
Invento tanta coisa, penso tanto, tanto, tanto...
Na cabeça um mundinho de bonecas, com todos felizes, em paz, cada um na sua e na de todo mundo, sem sacanagens, puxadas de tapete, sem ciúme, sem dúvidas.
Um mundo repleto de gente que se pode olhar nos olhos e se ver neles.
O céu de ontem, parecendo de brincadeira, me fez pensar ainda mais neste meu mundo, neste meu momento... e sentir ainda mais forte a irrealidade que é estar aqui, participando dessa estranheza toda..
Haja paciência pra aguentar as insatisfações e tentar revertê-las em coisas boas ou que no mínimo não me descarreguem energeticamente..
Haja serenidade pra segurar a minha própria onda de querências-sem-noção-semi-impossíveis...
Haja iluminação pra fazer cara de paisagem em frente a algumas palhaçadas cotidianas...
Haja muita, mas muita mesmo, consciência pra ver que os problemas são oportunidades de crescer.


quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Minhoca 5

Grande, louca, escaladora de tela de proteção.
Mia pra entrar no banheiro, espera deitadinha no tapetinho e adora beber a água do nosso banho.
Lava o rosto depois da refeição, ajuda na limpeza da caixinha de areia e cochila na mesinha do computador, fingindo que está fazendo companhia.
Brinca de cascudinhos com Shilock e vive pregando peças em Morgana.
Dorme toda esticadinha na cama e me dá lambeijinhos de bom dia.
Minhoca cresce e se deixa amar a cada dia um pouco mais.