quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Novembro

Às 00:11, tomando chá de jasmim eu aqui, insone, pensando nas coisas que devo abandonar: uma linha telefônica, uma girafa de pelúcia, uma blusa.. pequenas coisas que a gente nem se toca que traz consigo as mensagens daqueles tempos dos quais você quer se afastar.
Enquanto minhoca me encara-cochilando em cima do computador, lembro da última ligação do menino, ou do que sobrou dele, e tento controlar a vontade de dar-lhe colo, endireitar-lhe a camisa e a vida, apenas por ouvir na sua voz um traço de tristeza...
Um dia apenas, pro seu aniversário...

Novembro chegou com o cheiro bom que o vento traz quando balança os ramos dos arbustos à noite, com chuvinhas que refrescam o sono, muito trabalho, muitas notícias de mim mesma e muita esperança nas decisões que estão sendo tomadas.
Novembro me faz respirar profundamente, ouvir mantra baixinho durante a manhã pra não perder o restinho do juízo e ter vontade de cantar todos os laiás-laiás do mundo.
Novembro me levou a pele da mão direita, me mostrou as duas faces de uma cachoeira e me trouxe mais uma vez a primavera pra dentro do peito.
Novembro me trouxe a certeza da felicidade nas coisas simples e no autoconhecimento.
Novembro também me deu isso:

"Aprendi com a primavera a deixar-me cortar e voltar sempre inteira "
Cecília Meireles

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