quarta-feira, 12 de novembro de 2008

Niomar Helena

Coisas da minha avó de novembros...

A ROSA
Era uma vez uma rosa ...
Que de tão meiga, formosa
De rósea ficou amarela
Desbotou
Definhou
Murchou
Feneceu
A rosa não é mais rosa
Virou flor campesina
Débil e franzina
Sem encanto, sem odor
Não é mais aquele primor
Não tem mais a realeza
Com que a Natureza
Lhe revestiu com amor
Era uma vez uma rosa ...
Tão linda, tão airosa
Que a tempestade acabou
Despetalou
Desnudou
Massacrou

Venceu
Era uma vez uma rosa ...
05.06.86
QUANDO. . .
. . . . . . . . . . .não se desesperem
Quando quiserem me encontrar
É só me procurar
Nas pétalas de uma rosa
Nunca, em nenhum espinho
No voar de um passarinho
No odor da bonina mimosa
Na brisa que suave sopra
No luar que se derrama
Na maciez de uma cama
Onde o carinho se redobra
Na beleza do Sol nascente
No brilho de um riacho
Na claridade de um facho
Na despedida do Poente
Numa estrela a piscar
No rio a correr veloz
Na ventania a rugir atroz
No mar a se quebrar
Eu aqui sempre estarei
Na beleza dos netos queridos
Na saudade dos anos vividos
Eu aqui sempre estarei
(Niomar Helena) 15.05.1986

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