quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Branca

Todos olham com pena e ninguém faz nada.
Todos comentam da carne que falta, do resto de tempo que ela tem, que "essa não vê a copa de 2014", riem, e ninguém faz nada.
Enquanto persigo metro a metro aquele, cada vez mais magro, cada vez mais frágil, pequeno corpo que também persegue metro a metro o cheiro de algo que engane sua fome, a umidade de algo que alivie sua sede.
Preciso fazer que ela volte a confiar na minha raça, preciso recuperar, junto com ela, um pedaço do meu peito que lhe entreguei assim que a vi pela primeira vez.

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