sexta-feira, 15 de agosto de 2008

Capítulo 117 d’A Preferida, uma novela em tempo mental

Donatela está presa e descabelada e eu estou aguardando ansiosamente a reviravolta nessa história só pra saber como serão os milhares de pedidos de desculpas de todo os núcleos ricos e pobres da novela.

Eu fico pensando no seguinte (e por experiência própria, claro, que eu nunca fui flor que se cheirasse por muito tempo):

1. Todo mundo comete erros (óbvio); quem recebeu o “presente” fica com raiva, às vezes se magoa, às vezes é uma coisinha boba que qualquer um tende a deixar pra lá, Mas o caminho que rege qualquer relacionamento solicita que o infrator-relacionamental se desculpe..

Ora essa, nada mais natural né? Dependendo do grau de cagada, o pedido de desculpas é logo aceito e a bola é chutada de novo pro campinho pra que a vida continue a rodar;

2. Subentende-se que um pedido de desculpas traga embutido nas suas fitas e floreios o sentimento/vontade/esforço de que aquela cagada por menor que tenha sido não se repita, afinal de contas ninguém quer ver o outro colocando o seu nome num copinho dentro do congelador, porque esse mesmo outro ficou com raiva/chateado/magoado e a gente nunca quer que isso perdure, né?

Mas aí vem o nó...

A cagada já foi feita, uma, duas, três vezes, o pedido de desculpas já foi realizado o mesmo tanto e eu acredito que chega uma hora que esse pedido de desculpas não vale mais de nada, vira apenas convenção social, pró-forma.

Um pedido de desculpas só pode ser aceito se quem o fez têm consciência de que o que fez não é lá muito certo, e que por causa disso ele realmente não quer repetir o que fez porque não quer deixar o outro infeliz/puto novamente;

Eu sei que repetir o mesmo erro é o primeiro sintoma de desinteresse pelo outro, afinal de contas, já bati os recordes de desculpas vazias várias e várias vezes, algumas delas por imaturidade, outras por orgulho ferido e noutras por desamor/desafeto/maldade e qualquer outro sentimento torpe..

Ok, ok, eu não sou muito boazinha...

Não lembro de quem é essa frase que sempre me vem à cabeça quando o assassino/sacana/tarado/ou mau caráter da novela ou vida real comete o segundo crime e tenta novamente se “desculpar/inocentar”:

"A primeira vez que me enganares a culpa é tua, a segunda vez, a culpa é minha."

E geralmente as segundas, terceiras e infinitas vezes que o mesmo erro se repete é causado por algum tipo de prisão cujas grades foram forjadas pela própria vítima...

É Donatela, vai comendo o pão que o djabo amassou aos pouquinhos pra se tocar que quem deu a farinha foi você mesma.

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