Em meio ao turbilhão de e-mails, facebooks com joguinhos enlouquecedores, orkuts non sense e readers intermináveis eu escrevi uma carta.
Papel e caneta em punho, pensar nas palavras com cuidado antes de escrevê-las, observar a letra uniforme, reler os parágrafos..
Escrever uma carta depois de anos pra quem você não escreve há anos?
Na verdade pra única pessoa pra quem eu escrevia cartas e as remetia, afinal de contas eu ensaiei muitas cartas... que ficavam perdidas em livros, cadernos, gavetas... e depois de muito tempo eu as abria e relia e não via sentido algum na possibilidade delas terem chegado ao destinatário..
Eram em sua maioria cartas à familia de longe, àquelas pessoas que nunca fizeram parte da minha vida de verdade.
Mas, essa semana eu mandei uma carta, com palavras doces e amenidades, tentando dar notícia de uma vida que há anos a gente não compartilha, tentando fazer você entender que a qualquer momento a gente pode resgatar nossos sonhos e fazê-los acontecer independente do momento em que estejamos, que o amor que nos rodeia permanece e se multiplica, que a gente não recupera o tempo perdido mas a gente faz mais tempo acontecer.
Essa semana eu mandei uma carta, e não faço a mínima idéia se aquele ainda é seu endereço, muito menos, se você vai me responder.
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